Opinião Young-Adult: ''Serás Real?'' de Francesca Zappia




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 Depois de no ano passado ter lido e adorado o ''Eliza e os seus monstros'' foi com expectativa mas também alguma relutância que li o ''Serás Real'' lançado em Maio pela Topseller. E realmente as minhas impressões iniciais confirmaram-se e concordo com algumas reviews negativas que por aí andam (há uma no Goodreads de um psicóloga que destrói completamente o livro). Este livro fala sobre esquizofrenia, uma doença que não é falada em livros (pelos menos em livros de ficção que leio) e muito menos num livro YA. É uma doença mental séria, incompreendida pela maior parte das pessoas e metida no mesmo saco de muitas outras doenças mentais, ou seja alguém esquizofrénico é alguém ''coitadinho, é maluquinho da cabeça''. Aqui temos a Alex, uma adolescente que é diagnosticada com esquizofrenia quando é criança. Por fora, Alex parece ser uma jovem estudante comum e estando agora a iniciar um novo ano lectivo numa escola nova em que ninguém sabe da sua doença e do que aconteceu no seu passado, Alex tem uma nova oportunidade de fazer amigos. 

Acho que o problema do livro foi a personagem já ser apresentada com a doença e não descobrir que tem a doença. Porque conhecemos a Alex esquizofrénica e não entendemos mais nada do que é ter essa doença. Pela informação que a autora dá, esquizofrenia é ver coisas, incluindo imaginar pessoas e falar com elas e apaixonarmos-nos por elas. Sabemos que a Alex tem de tomar medicação mas nunca é mencionado no livro. As restantes personagens da escola são todas horríveis, não gostei de nenhuma tirando o Miles. Não nos é dada nenhuma fonte de pesquisa por parte da autora, ela apenas baseia-se nas possíveis alucinações da Alex e fica por aí.
Mesmo no final do livro não há nenhuma nota da autora que revele alguma fonte de informação ou pesquisa. É inacreditável como se escreve um livro sobre uma doença mental e acaba por-se romantizar essa doença. Achei este livro uma total desinformação de um assunto sério que até podia ajudar alguém que tenha o mesmo problema. Não gostei e não recomendo e se querem ler algo da autora, leiam o outro livro dela. 


Nem sempre é possível confiar no que se vê.
«Às vezes, acho que as pessoas tomam a realidade por garantida. Quer dizer, como é que se percebe a diferença entre sonho e vida real?»
A Alex enfrenta uma luta diária: distinguir entre realidade e alucinação. Munida de uma atitude destemida, uma bola mágica e uma máquina fotográfica que lhe permite captar o mundo exterior, ela trava uma batalha contra a esquizofrenia, enfrentando tudo e todos para não se deixar definir nem limitar pela sua doença. O seu plano parece correr-lhe de feição ao iniciar uma nova vida numa nova escola. Mas, um dia, a Alex conhece o Miles e, de um momento para o outro, começa a viver os ritos de passagem próprios da juventude: faz amizades, vai a festas, apaixona-se...
Porém, o mundo da Alex está repleto de cores, objetos, pessoas e sons que podem ou não ser reais. A memória e os sentidos mentem-lhe constantemente, semeando a dúvida: será que o Miles existe mesmo? E estará ela preparada para ter uma vida normal?
Um livro provocador e intrigante sobre a doença mental e o significado de ser adulto.

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